quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Hobbit - Uma Jornada Inesperada


 "O mundo não está em seus livros e mapas. Está lá fora."
 
          Após quase dez anos do lançamento de O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, Peter Jackson volta à Terra-Média na tão aguardada adaptação de O Hobbit. Apesar da lamentável saída de Guillermo Del Toro da direção, o regresso de Jackson ao universo de Tolkien significou um porto seguro para o longa. Na trama, 60 anos antes dos eventos de A Sociedade do Anel, o jovem Bilbo Bolseiro envolve-se, inusitadamente, em uma grande aventura: Acompanhar 13 anões em sua jornada rumo à Erebor, no intuito de reaver seu ouro e suas terras, roubados pelo dragão Smaug.

sábado, 29 de setembro de 2012

O Legado Bourne

          Muito se especulou sobre o retorno de Paul Greengrass, que comandou os dois últimos filmes da franquia, e Matt Damon ao universo de Jason Bourne. Contudo, tanto o diretor quanto o astro demostraram resistência com um argumento sincero: Não há mais o que ser contado. Afinal, Bourne resgatou sua identidade e agora... lembra de tudo. Porém, abrir mão de tal universo não representou uma opção para o estúdio, que logo chamou Tony Gilroy para renovar a franquia.
          No quarto capítulo da saga, o caminho mais óbvio é escolhido e rapidamente o espectador depara-se com um já esperado "- Treadstone era só a ponta do iceberg". Entretanto, apesar da trama previsível - um novo programa governamental, agora em busca de um novo agente -, o filme é feito com competência. Deve-se dizer que Gilroy trabalhou no roteiro dos três primeiros filmes e adquiriu certo mérito pelo divertido e intrigante Duplicidade.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge


          Em maio de 1939, Batman estreava em Detective Comics, o segundo mais antigo título em quadrinhos ainda hoje publicado. Ou seja, mais de setenta anos depois, o solitário Homem-Morcego continua a desarmar mafiosos; enfrentar vilões psicopatas e lutar incansavelmente pela redenção da condenada Gotham City. Tal imortalidade, que reforça o caráter lendário dos super-heróis, é finalmente representada nas telas com a competência necessária. O diretor Christopher Nolan consegue, de forma sutil e ideal, transmitir o conceito no universo crível que estabeleceu, apoiando-se, para tanto, no que já havia construído.
          Na primeira metade de Batman Begins, ao enfrentar seu exaustivo treinamento, Wayne é alertado por Ra's Al Ghul das possibilidades de se tornar mais que apenas um homem. Algo atingido ao devotar-se a um ideal, tornando-se um símbolo do próprio medo. Dando continuidade a este conceito, Nolan entrega o prometido final épico de sua trilogia. Por meio de ecos dos quadrinhos, ideias originais e o já característico estilo de seu diretor, O Cavaleiro das Trevas Ressurge passa com excelência uma difícil mensagem: a imortalização da lenda por meio do símbolo.

domingo, 8 de julho de 2012

O Espetacular Homem-Aranha

          No que se refere a adaptações de histórias em quadrinhos, o termo 'reboot' já não é novidade para a indústria cinematográfica. Contudo, ao envolver um personagem como o Homem-Aranha, o assunto adquire contornos mais densos. Afinal, o último filme da trilogia de Sam Raimi foi lançado há apenas cinco anos. E apesar do deslize no capítulo final, os longas encontraram seu lugar no coração do público e dos fãs. Especialmente Homem-Aranha 2, que destrinchou extremamente bem a essência do personagem e potencializou sua principal característica: ser um herói universal.
          Trazer de volta às telas o personagem principal da Marvel Comics, reiniciando sua jornada, certamente não seria uma tarefa fácil. Contudo, nessa empreitada, O Espetacular Homem-Aranha mostra-se como um recomeço apenas razoável para o 'cabeça de teia'. É indiscutível que o longa apresenta falhas e deixa algumas dúvidas, mas do mesmo modo, faz opções interessantes... como adaptar a versão 'Ultimate' do herói nos quadrinhos.

domingo, 24 de junho de 2012

Os Novos 52 da DC Comics - Parte 1: Superman

          Há pouco menos de um ano, a DC Comics arquitetou uma estratégia ousada, que decretou uma nova era para as histórias em quadrinhos. Na tentativa de angariar novos leitores e reconquistar os antigos, todo o seu universo foi reiniciado! A novidade recebeu o nome de "Os Novos 52", pois este foi o número de séries (re)lançadas. Este mês, a tão polêmica estratégia chega ao Brasil pela Panini, que trabalha por aqui com a distribuição em 'mixes'. Ou seja, em uma revista encontram-se três histórias com uma temática similar. O resultado você, leitor, confere aqui:

Começando por ele, O Último Filho de Krypton:

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A Invenção de Hugo Cabret



          Ao se analisar A Invenção de Hugo Cabret é possível notar como o longa divide-se em dois filmes distintos; pois o 3D e a temática infantil são meros panos de fundo para a real intenção da obra: fazer uma bela e emocionante homenagem ao cinema.
          Na trama, o público é apresentado ao menino Hugo, que após ficar órfão precisa resolver o mistério de um autômato (espécie de boneco mecânico), o qual representa seu último elo com o falecido pai. Ao mesmo tempo, o menino deve escapar do inspetor da estação de trem, lugar onde passou a viver secretamente.
          Contudo, a história de Hugo Cabret mostra-se apenas como a engrenagem que faz funcionar o verdadeiro propósito de Martin Scorsese. Aqui, o aclamado diretor entrelaça ficção e realidade para devolver a Georges Méliès, um dos primeiros cineastas da história, seu merecido reconhecimento. Nesta jornada pessoal de Scorsese, explodem inúmeras referências aos primórdios da sétima arte. O espectador tem a chance, mesmo que por alguns segundos, de admirar na tela grande vários dos primeiros gênios e clássicos do cinema como, por exemplo, os imortais Buster Keaton e Charles Chaplin.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Millenium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres

          Remakes e reboots tornaram-se uma constante em Hollywood. No ramo mais comercial do cinema, que hoje envolve, em sua maioria, os super-heróis, o termo nem sequer gera estranheza. Porém, ver essa tendência se arrastar para um cinema mais autoral gera reflexões distintas. A primeira reação é de desprezo à indústria americana, por parecer não aceitar um cinema popularizado sem seu selo. Por outro lado, deve-se concordar que o público ganha ao ter uma nova visão sobre uma mesma obra. E quando o trabalho em questão é de David Fincher, fica difícil ignorá-lo, seja ele um remake ou não.
          Millenium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres mostra-se como mais uma grande obra do diretor, que outra vez surpreende ao revelar faces incômodas da natureza humana. Na história, que tem a Suécia como pano de fundo, Mikael Blomkvist é um jornalista investigativo que vê sua carreira ruir ao perder um processo judicial por falta de provas. Contudo, quando o poderoso Henrik Vanger o contrata para um serviço particular, Mikael terá a chance de provar a si mesmo que seu faro continua aguçado. Nesse misterioso caso, o jornalista terá a ajuda da atípica Lisbeth Salander, peça intrigante do longa que mostra-se como a verdadeira protagonista de Fincher.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Os Descendentes


          Dramas familiares possuem, inegavelmente, um currículo glorioso na história do cinema. Pode-se perceber, de algum tempo para cá, uma maior intensificação ou, ao menos, divulgação de filmes do gênero. Talvez, por ser esta a era da informação, onde tudo é mais rápido e passageiro, um olhar sobre a família, sobre as relações pessoais... faça-se cada vez mais necessário. São filmes que, assim como seu tempo, mostram-se fragmentados, descontínuos, mas focam-se exatamente em quem tende a não se adaptar a este novo ritmo. 
          Desde novos clássicos como Pequena Miss Sunshine até o recente Minhas Mães e Meu Pai,  que concorreu ao Oscar (de melhor filme) ano passado, tem-se um olhar cada vez mais peculiar sobre o quão disfuncional uma família pode ser. Os Descendentes chega aos cinemas como uma ótima adição a este grupo, mas que peca por não se arriscar um pouco mais.