sábado, 25 de fevereiro de 2012

A Invenção de Hugo Cabret



          Ao se analisar A Invenção de Hugo Cabret é possível notar como o longa divide-se em dois filmes distintos; pois o 3D e a temática infantil são meros panos de fundo para a real intenção da obra: fazer uma bela e emocionante homenagem ao cinema.
          Na trama, o público é apresentado ao menino Hugo, que após ficar órfão precisa resolver o mistério de um autômato (espécie de boneco mecânico), o qual representa seu último elo com o falecido pai. Ao mesmo tempo, o menino deve escapar do inspetor da estação de trem, lugar onde passou a viver secretamente.
          Contudo, a história de Hugo Cabret mostra-se apenas como a engrenagem que faz funcionar o verdadeiro propósito de Martin Scorsese. Aqui, o aclamado diretor entrelaça ficção e realidade para devolver a Georges Méliès, um dos primeiros cineastas da história, seu merecido reconhecimento. Nesta jornada pessoal de Scorsese, explodem inúmeras referências aos primórdios da sétima arte. O espectador tem a chance, mesmo que por alguns segundos, de admirar na tela grande vários dos primeiros gênios e clássicos do cinema como, por exemplo, os imortais Buster Keaton e Charles Chaplin.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Millenium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres

          Remakes e reboots tornaram-se uma constante em Hollywood. No ramo mais comercial do cinema, que hoje envolve, em sua maioria, os super-heróis, o termo nem sequer gera estranheza. Porém, ver essa tendência se arrastar para um cinema mais autoral gera reflexões distintas. A primeira reação é de desprezo à indústria americana, por parecer não aceitar um cinema popularizado sem seu selo. Por outro lado, deve-se concordar que o público ganha ao ter uma nova visão sobre uma mesma obra. E quando o trabalho em questão é de David Fincher, fica difícil ignorá-lo, seja ele um remake ou não.
          Millenium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres mostra-se como mais uma grande obra do diretor, que outra vez surpreende ao revelar faces incômodas da natureza humana. Na história, que tem a Suécia como pano de fundo, Mikael Blomkvist é um jornalista investigativo que vê sua carreira ruir ao perder um processo judicial por falta de provas. Contudo, quando o poderoso Henrik Vanger o contrata para um serviço particular, Mikael terá a chance de provar a si mesmo que seu faro continua aguçado. Nesse misterioso caso, o jornalista terá a ajuda da atípica Lisbeth Salander, peça intrigante do longa que mostra-se como a verdadeira protagonista de Fincher.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Os Descendentes


          Dramas familiares possuem, inegavelmente, um currículo glorioso na história do cinema. Pode-se perceber, de algum tempo para cá, uma maior intensificação ou, ao menos, divulgação de filmes do gênero. Talvez, por ser esta a era da informação, onde tudo é mais rápido e passageiro, um olhar sobre a família, sobre as relações pessoais... faça-se cada vez mais necessário. São filmes que, assim como seu tempo, mostram-se fragmentados, descontínuos, mas focam-se exatamente em quem tende a não se adaptar a este novo ritmo. 
          Desde novos clássicos como Pequena Miss Sunshine até o recente Minhas Mães e Meu Pai,  que concorreu ao Oscar (de melhor filme) ano passado, tem-se um olhar cada vez mais peculiar sobre o quão disfuncional uma família pode ser. Os Descendentes chega aos cinemas como uma ótima adição a este grupo, mas que peca por não se arriscar um pouco mais.