domingo, 27 de janeiro de 2013

Django Livre

"D - J - A - N - G - O. 
O 'D' é mudo."


          Django Livre chega aos cinemas como mais um exemplo da característica assinatura de Quentin Tarantino, que desta vez debruça sua atenção sobre os faroestes. O amor do cineasta pelo gênero fica claro logo nos créditos iniciais, onde sua meticulosidade em  fazê-los aos moldes de antigamente já prepara o clima para o espectador. Vale ressaltar o enorme simbolismo de ver o nome de Ennio Morricone nestes mesmos créditos, já que o compositor foi grande colaborador de Sergio Leone, responsável pelos mais emblemáticos filmes do gênero.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

As Aventuras de Pi

"Obrigado, Vishnu (deus hindu), por me apresentar a Cristo"


          De bate-pronto, a primeira coisa a ser dita sobre As Aventuras de Pi é, certamente, a seguinte: O filme representa, de longe, uma das melhores utilizações da tecnologia 3D até aqui. Em 127 minutos de projeção, o chinês Ang Lee alia um incrível deleite visual à uma tocante história de vida, utilizando-se da mesma para discutir difíceis tópicos como crença, fé e religião.
          A delicada relação entre pai e filho - tema recorrente de seus longas - é novamente abordada. Pi, garoto protagonista do longa, cresce em uma Índia que se desenvolve em meio a transformações sociais e transborda diferentes culturas. Diante das constantes mudanças, seu pai lhe impõe uma criação firme, mas valorosa. Mostra-se interessante notar, inclusive por meio dessa relação, como Lee nos proporciona um filme menos carregado, apesar de altamente significativo. Toda a densidade de obras como O Segredo de Brokeback Mountain e Hulk (2003) é suavizada para dar lugar à reflexões essencialmente filosóficas.