sábado, 29 de setembro de 2012

O Legado Bourne

          Muito se especulou sobre o retorno de Paul Greengrass, que comandou os dois últimos filmes da franquia, e Matt Damon ao universo de Jason Bourne. Contudo, tanto o diretor quanto o astro demostraram resistência com um argumento sincero: Não há mais o que ser contado. Afinal, Bourne resgatou sua identidade e agora... lembra de tudo. Porém, abrir mão de tal universo não representou uma opção para o estúdio, que logo chamou Tony Gilroy para renovar a franquia.
          No quarto capítulo da saga, o caminho mais óbvio é escolhido e rapidamente o espectador depara-se com um já esperado "- Treadstone era só a ponta do iceberg". Entretanto, apesar da trama previsível - um novo programa governamental, agora em busca de um novo agente -, o filme é feito com competência. Deve-se dizer que Gilroy trabalhou no roteiro dos três primeiros filmes e adquiriu certo mérito pelo divertido e intrigante Duplicidade.

Jeremy Renner e Edward Norton, os próximos a brincarem de gato e rato na franquia.
           Tendo em mãos a possibilidade de disfarçadamente "rebootar" a trama (mesma história, outro personagem), na busca por mais abrangência de público, pode-se elogiar a opção de Gilroy e seus roteiristas. O longa mostra-se altamente dependente de seu último capítulo, O Ultimato Bourne.
          Um fato interessante para os fãs da série... mas que, infelizmente, termina tomando muito espaço da sequência . Até estabelecer todas as conexões necessárias perde-se, ao menos, 40 minutos de filme. Há muito o que se explicar até que a tocha finalmente seja passada para Jeremy Renner, novo astro da aventura.
          O filme perde potência, também, em outro pequeno detalhe: Jason Bourne era um homem sem identidade, o que gerava um vínculo muito forte com o público e proporcionava excelentes tramas de espionagem. Já o conflito de Aaron Cross (Jeremy Renner) restringe-se apenas a uma questão de sobrevivência.
          Logo, a sagacidade de Greengrass faz falta. Mas Gilroy não é culpado, já que O Legado Bourne é, claramente, um filme feito para 'arrumar a casa'. O diretor simplesmente não tem espaço para desenvolver uma trama mais complexa. O que deverá ser feito a partir de agora, já que o 'status quo' do novo personagem foi estabelecido.
             Ainda assim, deve-se ressaltar, mais uma vez, que a 'faxina' não incomoda. As sequências de ação continuam ótimas. A perseguição de veículos, característica da série, marca presença. E, por fim, o elenco de primeira, com destaque para uma excelente Rachel Weisz, garante a qualidade do longa... indiscutivelmente inferior a seus antecessores, mas à altura do legado deixado pelos mesmos.


Gostou da crítica? Não concorda com algo que foi dito? Quer acrescentar algo? Deixe um comentário! Sua opinião é fundamental para o desenvolvimento desse Blog! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentar: