A Mágica de... Hollywood

          São muitos os fatores que fazem de "O Mágico de Oz" (1939), um verdadeiro clássico. O filme usou inteligentemente a cor, tecnologia até então recente nas telas, mas é acima de tudo por sua história que será eternamente lembrado. Afinal, o que adianta ser uma revolução tecnológica sem ter algo válido a contar? (Ok, James Cameron?)

          Na famosa trama, Dorothy se arrepende de fugir de casa e após fazer o caminho de volta acaba sendo engolida por um ciclone, o qual a leva pra um mundo fantástico, além do Arco Íris. Em poucos minutos, já é fácil se comover com a motivação do quarteto principal devido à toda inocência que ronda o mesmo. Todos precisam chegar à Cidade Esmeralda e ter seus pedidos atendidos pelo grande e poderoso mágico. O Espantalho quer um cérebro, o Homem de Lata um coração, o Leão um pouco de coragem e Dorothy, é claro, quer voltar para casa, pois como ela mesma aprende: "There's no place like home!".

          Você leitor, a esta altura, deve estar se perguntando: "Mas por que raios relembrar esse filme?" Simples! "O Mágico de Oz" é a oportunidade perfeita de se debater uma questão, hoje, muito importante: A crise criativa de Hollywood.

          Tornou-se assustadora a quantidade de notícias que anunciam remakes, derivados ou continuações de filmes que marcaram época. Não considero isso algo ruim (adorei "Star Trek" e espero ansiosamente a estréia de "Tron Legacy"), mas os grandes estúdios hollywoodianos deveriam pensar duas vezes antes de reviver determindo material. O "Mágico de Oz", que encaixa-se nesse caso, possui simplesmente três projetos em andamento:

1. Sam Raimi (trilogia Homem-Aranha) é, até o presente momento, o diretor de  "Oz, the Great and Powerful", uma espécie de prelúdio do clássico, que contaria como o mágico chegou em Oz, já que no filme isso é apenas brevemente citado.
2. Todd McFarlane está tentando adaptar a sua linha de bonecos "Twisted Land of Oz" para a telona. O trabalho do artista consiste em versões deturpadas e sombrias da colorida e alegre versão original e mostrará as aventuras da neta de Dorothy.
3. Por fim,  Drew Barrymore também tenta mostrar sua visão, dirigindo uma aventura da trineta de Dorothy, a qual precisa aprender a usar os poderes dos sapatinhos de Rubi e dessa forma salvar Oz da Bruxa Má do Oeste.

          Esse resumo é uma junção de vários artigos do site Omelete. Lá, também foi citado um projeto entitulado apenas Oz, dos produtores da saga Crepúsculo, mas esse eu prefiro nem comentar...

           Agora, em relação aos três listados acima, fico com a primeira opção. Sam é um diretor confiável, a história do mágico apresenta muito mais potencial e é mais coerente com o filme de 1939. Depois, me pergunto qual a lógica de uma versão sombria, se as personagens foram eternizadas justamente por sua inocência e ingenuidade? Quanto a terceira, me preocupa a parte de "salvar Oz da Bruxa Má do Oeste". Ela já não morreu derretida no original? Portanto, muuuito medo de estragarem uma das maiores vilãs da história...

          Talvez o melhor, e isso Hollywood não entende, seja não mexer em filmes tão consagrados como esse. É triste ver uma obra tão querida ser continuada erroneamente. O jeito é torcer para que isso não aconteça...

          Porém, independente do que venha a ser lançado, a lembraça do que aquela primeira história representa continuará viva nos corações apaixonados de inúmeros cinéfilos, mesmo que algum estúdio queira estragar isso. Afinal, clássicos são imortais...

ATENÇÃO: Em breve, publicarei outro post acerca dessa crise criativa, pois creio que nem todos os leitores estão familiarizados com "O Mágico de Oz". Ainda há muito a ser discutido em relação a esse assunto: Além de remakes, é enorme a quantidade de filmes adaptados de livros e também, é claro, de quadrinhos, a galinha dos ovos de ouro dessa década que se encerra. Fique de olho!

Abraços!