domingo, 31 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro


          Tropa de Elite não só ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlin de 2008, como também criou um ícone para milhões de pessoas. Um autêntico anti-herói que tornou-se, repentinamente, um expoente da cultura pop. Afinal, quem nunca se divertiu citando as clássicas frases do Capitão Nascimento?
          Avaliando-se o cinema nacional, mostra-se extremamente importante ressaltar que tal fato, se não raro, era inexistente. Portanto, José Padilha deve ser aplaudido não só pelo filme que fez, mas também pela difícil tarefa de, três anos depois, aceitar continuá-lo.
          O diretor, entretanto, volta apenas porque ainda há uma excelente história a ser contada: Tropa de Elite 2 funciona, entre outros fatores, por sua enorme relevância na atual sociedade brasileira. Além de desmitificar o herói que criou, Padilha mexe em um vespeiro incontestável: A política. O resultado é um filme melhor em aspectos técnicos, mais denso e principalmente mais crítico!

domingo, 3 de outubro de 2010

Padilha, Cinema e Política


          Na última sexta-feira, dia primeiro de Outubro, José Padilha, diretor de Tropa de Elite, foi o convidado especial do programa 'Fim de Expediente' da rádio CBN. Durante uma gostosa e divertida conversa, o cineasta abordou não só a continuação de seu filme, que estréia na próxima sexta, mas também assuntos correlatos como o cinema nacional, o papel do Estado e as causas da violência urbana. Tudo isso aliado a um discurso político muito interessante.
          Ouça toda a entrevista, na integra, no link acima.
          Padilha inicia a conversa declarando que, com Tropa de Elite 2, encerra a sua trilogia da violência urbana, composta também por Ônibus 174 e pelo primeiro Tropa de Elite. Essa trilogia, segundo o próprio diretor, aborda essencialmente a ineficiência do Estado, atribuindo ao mesmo a culpa pelos altos índices de violência urbana no país, especialmente no Rio de Janeiro.
"O Estado produz indivíduos violentos. Era sobre isso o Ônibus 174. O Tropa de Elite é a mesma coisa ao contrário: é como o Estado administra mal a política e produz policiais corruptos e violentos."
        
          Para o cineasta, existem tradicionalmente duas visões sobre o tema no Brasil: a da esquerda e a da direita. A primeira associa a violencia à miséria, sendo necessário, portanto, resolver primeiro os problemas sociais. Já a segunda justifica o problema pela falta de uma repressão eficiente. Desse modo o discurso é de prender mais e ter um maior controle. Padilha afirma que os dois lados políticos fracassam, mas concorda, em partes, com a visão esquerdista. No Brasil a violência, de fato, relaciona-se com a a estrutura social e o aparato falho do Estado é responsável por isso.
          No decorrer da entrevista, destacam-se outros ótimos momentos. O diretor: 
  • brincando, sugere o termo "McMilícias", associando a famosa rede de restaurantes ao tema de seu novo filme.
  • chama Nosso Lar, ironicamente, de ficção científica.
  • lamenta, junto aos apresentadores, a escolha de 'Lula, o filho do Brasil' como o filme nacional a tentar o Oscar.
  • confessa ser fã de Fernando Meirelles.
  • defende, com unhas e dentes, a liberdade de imprensa e declara que um filme, pode sim, achincalhar o congresso.
  • afirma que: "A eleição no Brasil é um processo Darwiniano ao contrário." O que ocorre é uma involução.
  • prefere Scorsese a Coppola, Cate Blanchett a Julianne Moore e Fellini a Goddard.
          Padilha revela, no fim da entrevista que seu próximo filme será  "Nunca Antes na História Desse País", o qual conta a história de um país fictício no qual as campanhas são financiadas por meio de acordos espúrios e as pessoas, depois de eleitas, fazem 'caixa 2' para pagar as despesas dessas campanhas e também das próximas. Nesse país fictício é contada a história de um líder de esquerda fictício que vem cheio de ideais, mas ao chegar no poder mostra-se como os outros.
         O apresentador, depois de inúmeras gargalhadas, responde: "por isso eu gosto de ficção"
         Portanto, nota-se que o Brasil tem um excelente cineasta, o qual não tem medo de usar o cinema como instrumento modificador e político e que também se diz apaixonado pela ciência pois, segundo ele, é fundamental estar aberto ao erro e à critica.

Tropa de Elite 2 estreia dia 8 de Outubro nos cinemas. Em breve, a crítica: Fique de olho!

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sábado, 2 de outubro de 2010

Em Breve - As Relíquias da Morte

          Recentemente, foi divulgado o segundo trailer de Harry Potter e as Relíquias da Morte. Felizmente, a adaptação mostrou-se bastante promissora. Talvez, a própria história da sétima parte seja responsável por isso, já que finalmente Harry e seus amigos vivem uma aventura totalmente diferente do padrão. A saga aparenta encaminhar-se para um final épico e o trailer usa muito bem o fator 'emoção', por meio de cenas rápidas e também por focar-se no peso de se viver em tempos de guerra.
          Sendo assim, me senti motivado a reler o último livro e, ao dar uma rápida pincelada no sexto, deparei-me com o seguinte trecho:
"E Harry lembrou-se do pesadelo que fora sua primeira ida à Floresta, a primeira vez que encontrara a coisa que então era Voldemort, e como a enfrentara, e como, pouco tempo depois, ele e Dumbledore tinham discutido as razões de se travar uma batalha perdida. Era importante, dissera Dumbledore, lutar, e recomeçar a lutar, e continuar a lutar, porque somente assim o mal poderia ser acuado, embora jamais erradicado...
          E Harry, sentado ali sob o sol quente, percebeu com muita clareza como as pessoas que gostavam dele tinham se colocado à sua frente, um por um, sua mãe, seu pai, seu padrinho e, finalmente, Dumbledore, todos decididos a protegê-lo; mas, agora, isso acabara. Não podia mais deixar ninguém ficar entre ele e Voldemort..."
          Lembro-me bem que J.K. Rowling, certa vez, em uma entrevista, disse que sua história era essencialmente sobre a necessidade de se enfrentar o mal. O trailer explora isso muito bem e Harry chega, inclusive, a dizer: "Ninguém mais vai morrer. Não por mim."
          Por fim, ressalta-se a ótima atuação de Ralph Fienes como Voldemort; e a divisão da obra em duas partes, que apesar de extremamente comercial, vai dar mais espaço para personagens bem interessantes.

Surtou com o trailer? Se emocionou? Não gostou? Acha que é só enganação? Ou na verdade... nunca foi fã da série no cinema? Enfim, deixe um comentário! Sua opinião é fundamental para o desenvolvimento desse Blog! Abraços!