Desde novos clássicos como Pequena Miss Sunshine até o recente Minhas Mães e Meu Pai, que concorreu ao Oscar (de melhor filme) ano passado, tem-se um olhar cada vez mais peculiar sobre o quão disfuncional uma família pode ser. Os Descendentes chega aos cinemas como uma ótima adição a este grupo, mas que peca por não se arriscar um pouco mais.
No enredo, após receber a notícia de que a mulher está em coma, Matt King, pai e marido ausente, precisará moldar e fortalecer o relacionamento superficial que tem com Alexandra e Scottie, suas duas filhas.

Retratos de seus antepassados insistem em aparecer na tela, ressaltando este tradicionalismo e evidenciando que: ao mesmo tempo em que precisa melhorar sua postura como pai, King também deve resolver pendências como filho. Contudo, como se isso já não fosse suficiente, o maior problema de Matt será como marido. Percebe-se, em todas essas complicações, de uma forma ou de outra, a relação com a família e como as experiências de Matt em um desses núcleos afeta o outro.
Alexander Payne, diretor do longa, trabalha muito bem ao interligar tais elos, mas desliza ao direcionar sua trama à uma zona de segurança. Por mais que algumas cenas consigam surpreender, no fim, tem-se a clássica história de amadurecimento familiar. Nota-se, também, como as filhas se encaixam em certo estereótipo: De um lado, a criança que precisa de um norte. De outro, a adolescente rebelde. Não que isso seja de todo ruim, pois é o que geralmente acontece no caso de pais ausentes. O público tem a oportunidade de ver como Matt se sai ao lidar com esses dois perfis e Payne pode destacar o papel de exemplo que Alex naturalmente assume para a irmã.
O Havaí, local onde tudo se passa, mostra-se perfeito para contrastar a falta de direcionamento dos personagens. O diretor, vale dizer, capricha na ambientação e costumes locais. Sem mencionar a trilha sonora havaiana, excelente no balanceamento do drama.
Vale destacar a excelente atuação e química de George Clooney, o pai, e Shailene Woodley, a filha mais velha. Afinal, as melhores cenas são da dupla. Fora a ótima inserção de Nick Krause interpretando Sid, amigo de Alex, que funciona como alívio cômico, mas tem um grande valor na trama.
Portanto, logo se vê que a beleza do filme de Payne não está no todo, mas sim em seus detalhes. Seja na calmaria da música havaiana, seja na corridinha desengonçada de Clooney... o objetivo é ressaltar como os personagens buscam por soluções das quais eles mesmos desconhecem. Assim sendo, Os Descendentes, drama indie da vez, mesmo que, avaliando-se rigorosamente, perca um pouco de seu brilho, merece ser conferido.
Gostou da crítica? Não concorda com algo que
foi dito? Quer acrescentar algo? Deixe um comentário! Sua opinião é fundamental
para o desenvolvimento desse Blog! Abraço!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentar: