quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Darren Aronofsky entre lutadores, bailarinas e mutantes...

          Ontem, tive a oportunidade de assistir ao filme "O Lutador" e por meio desse post pretendo não apenas recomendar este excelente drama, mas também elogiar o diretor Darren Aronofsky e debater o que pode-se esperar de seus futuros projetos.
          Na trama, Randy, The Ram, Robison apresenta-se como um decadente astro da luta livre que, vinte anos após seu auge, ainda insiste em subir nos ringues. Por mais que os golpes já estejam combinados, o esforço físico requisitado pelo esporte é tremendo. Randy precisa do dinheiro e, principalmente, não quer decepcionar seus antigos fãs. A partir dessa constatação entende-se a entrega do personagem. O mundo 'lá fora' pode ser duro e cruel, mas enquanto ele estiver ali, lutando, o sacrifício valerá a pena pois com ele vem o reconhecimento. Compreende-se, dessa forma, o porquê de Randy cortar a própria testa para simular uma briga de verdade ou até mesmo deixar as próprias costas serem grampiadas.
          Muitos diretores procuram modos alternativos de filmagem para terem seu trabalho ressaltado. Convenhamos que poucos são os bem sucedidos. Aronofsky, felizmente, encontra-se nesse seleto grupo. A câmera na mão utilizada durante todo o longa mostra-se muito mais do que uma mera opção de estilo. Ela, na verdade, é um recurso que combina com a própria decadência do personagem.
           É interessante notar, no decorrer da trama, como pequenos infortúnios constroem, gradualmente, a total desordem psicólogica de Randy. Trabalhar como atendente em um balcão de frios, com um pouco de criatividade e bom humor, pode não ser tão ruim quando a vida parece se ajeitar. Porém, basta aparecer o primeiro problema e o ambiente torna-se insustentável.
          Sendo assim, fica claro que 'The Ram' não procura auto afirmação ou mesmo sua velha glória de volta, mas sim estabilidade. E quando esse é o assunto mostra-se melhor apanhar nos ringues ou fora deles?
          Descubra em "O Lutador".

          Este, aliás foi o primeiro filme de Darren Aronofsky que tive a oportunidade de assistir, mas o diretor já foi igualmente elogiado pela crítica por longas como "Réquiem para um sonho" e "Pi". Em ambos são ressaltados seu toque artístico e a predileção por desvendar o psicológico. Aparentemente, nada mudará em seu próximo longa, Cisne Negro, no qual Natalie Portman interpreta a bailarina Nina.

A bela Natalie Portman no pôster de "Cisne Negro" e Hugh Jackman como Wolverine. O astro afirma que o público terá com o que refletir no próximo longa.

          Porém, foi outro projeto do diretor que me chamou a atenção. Aronofsky está oficialmente escalado para dirigir a sequência de Wolverine. Grande fã de HQs, ele foi um dos muitos cotados para conduzir o sombrio mundo de "Watchmen", durante os vários anos em que a adaptação falhava em sair do papel e já esteve igualmente envolvido na produção de "Batman: ano um", outro que também não vingou. 
         Ficou a cargo de Nolan reinventar o Homem-Morcego nas telas. Porém, mais do que apenas reinventar um personagem, Nolan elevou as adaptações de quadrinhos a um patamar até então desconhecido. 'O Cavaleiro das Trevas' chega a ser considerado por muitos um filme policial. Talvez, seja hora de Aronosky fazer o mesmo com o indisciplinado Wolverine.
         Darren e Vaughn, que dirigiu Kick-Ass e será o futuro diretor de "X-Men: First Class" representam, ao meu ver, uma luz no conturbado mundo dos mutantes da Marvel. Porém, vale lembrar que o diretor do primeiro filme foi Gavin Hood, e muito se falou entre diferenças criativas do mesmo com os produtores.
         Aronofsky diz ter sido contratado para "fazer o que faz" e que será fiel ao seu estilo de direção prometendo algo "muito, muito diferente" do que já foi visto. Tanto que o filme se chamará apenas "The Wolverine" e adaptará a famosa saga do personagem no Japão, não tendo relação alguma com a aventura passada.
          Resta a nós, o público, torcer para que o projeto seja bem sucedido e que o diretor tenha, de fato, a liberdade que está anunciando.

Abraços!

E você? Gostou de "O Lutador"? E o que espera de Cisne Negro? Acha que "The Wolverine" pode surpreender e inovar assim como Batman? Deixe um comentário! Sua opinião é fundamental para o desenvolvimento desse blog.

Um comentário:

  1. O Lutador é um dos meus filmes favoritos. Sean Penn mereceu o Oscar por Milk, mas Mickey Rourke era quem deveria ter ganho.

    Aronofsky é um grande diretor. Fiquei muito feliz quando soube que ele iria dirigir a sequencia de Wolverine.

    Pedro Vinícius, quando tu puder assistir Réquiem Para Um Sonho, assista que vale muito a pena!!!

    Abraços,
    Thomás
    http://www.brazilianmovieguy.blogspot.com/

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