segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Amor a Toda Prova


          A comédia romântica é, certamente, um dos gêneros mais maltratados do cinema... Talvez, por representar um atrativo para o grande público, tais filmes insistam em usar, incessantemente, a eternizada fórmula do sucesso. Porém, hoje, a mesma encontra-se tão batida, que o problema não reside apenas em termos, sempre, um conveniente final feliz... Chegou-se um ponto em que os meios pelos quais o último ocorre são, também, extremamente previsíveis. 
          Aliás, se comédias apresentam-se como o assunto em questão, finais felizes não seriam um problema, se desenvolvidos de forma surpreendente ou, ao menos, cativante! Agora, além do 'felizes para sempre', ter que deparar-se com filmes nos quais cenas, e até mesmo falas, podem ser previstas é decepcionante, incomodo e infelizmente, cada vez mais comum.
          Porém, se as comédias românticas parecem avançar na estrada da vergonha, em uma viagem sem volta, Amor a Toda Prova representa uma satisfatória luz no fim do túnel.
          Na trama, Cal Weaver, interpretado por Steve Carell, é um cara bacana que fica sem chão ao receber o pedido de divórcio da esposa. Cal, desolado, enfurna-se em um  bar, local onde conhece Jacob Palmer (Ryan Gosling), sujeito que o ajudará a repaginar sua vida. 
    

          Em filmes do gênero, quando não se tem focado um casal específico, cresceu, ultimamente, a moda de abordar vários relacionamentos ao mesmo tempo. Contudo, em Amor a Toda Prova, apenas dois núcleos são apresentados ao espectador. Cresce, então, a dúvida de como o longa conduzirá duas histórias, aparentemente, tão desconectas... e porque o mesmo não optou por diversos casais, se o paralelismo faria parte da trama. 
          Entretanto, do meio para o fim, quando o público já está acostumado com a situação relatada, surge a resposta para o questionamento anterior, em uma cena não apenas surpreendente, como também extremamente divertida. Nada será dito aqui, para não estragar a surpresa. Contudo, vale ressaltar que tal cena resulta de uma improbabilidade tão gritante, que o próprio absurdo da situação torna-se motivo de graça. É como se o cinema tirasse uma licença poética para entreter de forma inusitada. Deve-se aplaudir, portanto, quando uma coincidência é bem bolada, gerando, assim, uma surpresa positiva.

          Até mesmo o sumiço de Emma Stone, dona de exótica beleza, na primeira metade do filme, é explicado quando parecia, na verdade, sugerir um roteiro descompassado. O elenco de apoio, aliás, está muito bem e as boas atuações colaboram para o funcionamento do longa. Destaque para o jovem Jonah Bobo, com um personagem que rende ótimas cenas, relacionadas à platonicidade do amor infanto-juvenil. Steve Carell não faz feio indo da comédia ao drama e Julianne Moore agracia o público com sua sempre competente experiência.
          Porém, Amor a Toda Prova também comete alguns deslizes: A total confiança do protagonista em um estranho; o personagem invadir a casa da 'ex', para cuidar do jardim, sem ser notado e o curioso fato das mulheres 'cantadas' por Cal e Jacob nunca retornarem ao bar...
          As cenas de comédia, por outro lado, são extremamente bem construídas e elevam a qualidade do filme. Destacam-se a cena do escritório, as piadas que envolvem o nome 'David Lindhagen' e uma outra com Crepúsculo, as quais lembram o estilo escrachado de The Office.
          Por fim, Amor a Toda Prova talvez não se torne um futuro clássico do gênero, mas certamente mostra-se como um grande expoente do mesmo. Por falar do amor em três diferentes fases da vida e tratá-lo em suas nuances mais puras... Mas principalmente por ser um poço de sinceridade e criatividade, apesar do final adocicado, em meio a tanta previsibilidade e vergonha alheia.  
           
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Um comentário:

  1. Pedrooo!!!!! Vc está de volta =]
    Tbm gostei bastante do filme! Mais um ótimo exemplar para o gênero das dramédias românticas!!! O elenco tem um química excepcional e a ligação entre as histórias consegue surpreender bastante!

    Abs,
    Thaysa.

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