Tron - O Legado

          Há 28 anos estreava, nos cinemas, Tron - Uma Odisséia Eletrônica. O filme que, à época, revolucionou o modo de se fazer ficções científicas, recebe agora, sua sequência. Logicamente, Tron - O Legado funciona independentemente de seu predecessor, mas aqueles que assistiram ao longa de 1982 estarão, certamente, bem mais envolvidos na nova aventura.

          Na trama, Sam Flynn é um garoto que cresceu sem a presença do pai. Entretanto, o jovem descobre, certa noite, que o mesmo acabou preso no próprio universo que criou. Agora, cabe a Sam resgatá-lo e para isso ele terá que enfrentar os diversos perigos do mundo cibernético e o temível programa CLU, o qual vê no garoto uma passagem para o mundo real. 

          O saudosismo que envolve o filme, principalmente no inicio do mesmo, inevitavelmente conquista os antigos fãs, pois este é notado inclusive em pequenos detalhes: Sam comenta o tamanho da porta da ENCOM, assim como seu pai, anos atrás. Ok, é apenas uma fala, porém, de alguma forma, cria certa cumplicidade com o espectador que assistiu o primeiro longa. Há também outras conexões interessantes como a volta do personagem Alan Bradley e uma cena que apresenta um certo Dillinger, clara referência ao vilão da antiga aventura.

          Mas, se você nunca ouviu falar do universo fantástico de Tron, não se desespere!

          Como dito anteriormente, o novo filme caminha com as próprias pernas. Aliás, Tron - O Legado, apresenta um resultado satisfatoriamente positivo, talvez, por não querer ser grande demais. O que se vê é uma história simples que diverte. Portanto, não espere uma épica guerra cibernética ou até mesmo uma grande odisséia. O universo ali apresentado tem um potencial enorme, porém, às vezes, o melhor é optar pelo mais simples.

          Também não quero dizer que a história é supérflua. Tron - O Legado, impressiona em seus efeitos especiais, mas evita grandiosidade em sua trama. A história, em suma, trata de um garoto em busca de seu pai e as consequências deste encontro. E se tal simplicidade funciona, é devido a competência de Jeff Bridges. O ator, novamente impecável, mostra-se como a base, o ponto de apoio do filme e interpreta dois personagens, ambos fundamentais à trama.

          Olivia Wilde é outra que não decepciona. A reveleção da série "House" mostra que não é apenas um rostinho bonito e entrega uma personagem pela qual não é difícil se apaixonar, graças à sua divertida inocência.

          Por fim, Tron mostra-se como uma boa opção para um fim de tarde descompromissado. Apenas mais um blockbuster que cumpriu o dever de casa, já que sustenta-se em um elenco afinado e conquista o espectador com a tecnologia da qual dispõe. Vale ressaltar a excêntrica atuação de Michael Sheen como o Castor: o inglês prova, definitivamente, que não tem medo de se arriscar em seus papéis. Digna de mesma atenção é a trilha composta pelo Daft Punk, a qual dá um ritmo excelente às cenas de ação e, é claro, o visual impecável do longa.

P.S.: A cena em que Tron cai na água e muda de cor traduziu-se na minha cabeça como:

Estúdio: "Excelente! Agora temos um porto seguro para uma possível continuação!"

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