quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ainda dá tempo de...

... aproveitar dois lançamentos de quadrinhos do mês de Julho. Vale ressaltar que ambas as edições são feitas pensando-se também em novos leitores. Portanto, se você pretende ingressar no mundo da nona arte, fica a dica: Ultimate Marvel 001 e Batman #92.



Ultimate Marvel 001

          Não é novidade que, nos quadrinhos, o universo regular em que se situam conhecidos heróis estava (e talvez ainda esteja) um tanto quanto saturado, fazendo-se necessário acompanhar a série de longa data para entender uma simples edição. Pensando nisso, a Marvel criou, há alguns anos, o Universo Ultimate que tinha a difícil tarefa de repaginar heróis clássicos, com histórias mais realistas, almejando atrair novos leitores.
          E não é que a ideia deu certo! A prova maior disso é "Os Supremos", obra-prima que merecidamente ganhou seu próprio encadernado. A história sustenta-se por si só e abusa do conceito nada altruísta de "super-herói" originado em Watchmen. O prefácio escrito por Joss Whedon define esse mundo como pós-desconstrutivista, hiper-realista e moderno. Exageros de fã à parte, a releitura dos "Vingadores" é de fato bem interessante. Vale ressaltar que Whedon será o diretor do filme que reunirá os vários heróis da Marvel no cinema. Portanto, espere uma grande influência de "Os Supremos".   
          A questão é que chegou-se  um ponto em que o próprio Universo Ultimate começou, também, a se desgastar... daí, os editores inventaram uma babaquice qualquer e deram um novo frescor às séries em andamento. No caso, Magneto iniciou uma destruição em massa, heróis morreram,  o mundo inteiro acabou aos pedaços, blá, blá, blá... e agora o clima é de reinicio! Uma simples pesquisa no google e pronto: você já está preparado para Ultimate Marvel 001.
          A primeira edição impacta por agrupar três nomes de peso: Brian Michael Bendis, Warren Ellis, e Mark Millar. Responsáveis, respectivamente, por escreverem: Homem-Aranha, Guerra das Armaduras e Vingadores. A história do Cabeça de Teia é bem bacana e deixa um certo "mistério" no ar. O traço do desenhista Lafuente é um tanto quanto atípico, mas combina com o herói. Bendis, aliás, sabe como poucos retratar a conturbada jornada de Parker: escola, trabalho, namoro (agora com Gwen Stacy) e vida super heróica.
          Já a versão ultimate da clássica história do homem de ferro decepciona um pouco. O Stark narcisista e alcoólatra que conhecemos dos filmes marca presença e parece não estar muito preocupado com o fato de sua tecnologia ter sido roubada. A versão original, entretanto, mostra um herói determinado em resgatar o que é seu, pois sabe das consequências que sua armadura trará em mãos erradas. O novo arco possui apenas quatro capítulos, sendo o primeiro só enrolação. Enfim, apesar de divertir, fica a sensação de que o investimento na "Guerra das Armaduras" original (ao lado), relançada pela Panini em Maio, era melhor.
          Por fim, têm-se a história dos Vingadores. Millar conhece bem os heróis e sabe contar a história de uma maneira bem cinematográfica. A única ressalva é quanto ao visual do Caveira Vermelha: Exagerado demais. Em termos de história, é legal, mas fica a promessa de que o melhor mesmo estará nas próximas edições.


Batman 92

          Bruce Wayne está morto! Tal fato, é claro, mexeu bastante com o Universo da DC Comics e felizmente deu um novo rumo à revista do Homem-Morcego. Logicamente, essa tragédia não é definitiva, pois a editora jamais mataria um herói tão valio$o. Dado que contribui de forma negativa para a história. Explico: Como todos sabem que Wayne, de alguma forma, voltará, fica um tanto quanto difícil emocionar-se com sua morte. A revista, entretanto, não perde seu brilho por causa disso. Pelo contrário: a morte de Bruce foi assunto de edições passadas e mostra-se, agora, apenas como um importante pré-requisito, já que o mais interessante é analisar suas consequências.
          Destaca-se o fato de todas as histórias serem relevantes à trama. Em "Uma Batalha Interior", Dick Grayson, o primeiro Robin, assume o manto de seu mentor. Todo o conflito emocional que interioriza o personagem é muito bem transmitido. Já "As Ruas de Gotham" foca-se em mostrar o aparente caos em que a cidade se emergiu devido a ausência do Cavaleiro das Trevas. Mas o grande destaque fica mesmo com "Batman Renascido", em que Grant Morrison e Frank Quitely (dupla de "Grandes Astros: Superman") contam, de uma ótima maneira, o início de uma nova parceria.
          Na trama, o mais novo Batman começa sua luta contra o crime. Mas para executar está árdua tarefa ele não está sozinho: Ao seu lado encontra-se Damian Wayne como Robin. É interessante notar que: já não bastasse toda a responsabilidade e pressão que o cerca, Grayson ainda precisa conquistar o respeito de Damian, já que este se julga um melhor sucessor para o pai . A troca de valores dos personagens é também uma ideia bem bacana dos autores. Enquanto Batman é cauteloso e avaliativo, Robin só pensa em ir direto para a briga.
          Em síntese, essa é a avaliação sincera de quem nunca havia lido uma HQ do Batman antes. Existem algumas referências aos filmes, e todo caráter investigativo que os mesmos possuem está presente no trabalho de Morrison. Porém, ATENÇÃO: Vale dizer que Gotham é uma cidade podre, e os vilões do Morcego são, em sua maioria, pra lá de loucos. Dito isso, não espere uma leitura fácil e imagens bonitinhas. Esse, definitivamente, não é o universo do Batman.

P.S.: Haha... Essa foi, aliás, a primeira vez que achei Robin um personagem interessante.   : )

Boa Leitura!

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