quarta-feira, 14 de julho de 2010

Kick-Ass - Quebrando Tudo

    
          Kick-Ass é um verdadeiro tapa na cara do expectador! Enganam-se aqueles que pensarem ser esse apenas mais um filme do maltratado tema de super-heróis. Já nos minutos iniciais, a motivação do protagonista Dave Lizewski em lutar contra as pequenas injustiças da vida é contagiante. "Como ninguém nunca tentou ser um super-herói?", pergunta aos amigos. Indignado com a falta de ação das pessoas, ele mesmo decide tomar uma atitude.
          A Graphic Novel na qual se baseia o longa foi escrita por Mark Millar (Os Supremos), e consagrou-se por possuir uma surpreendente dose de realismo. O longa acerta em manter essa característica: a violência, os palavrões e o humor negro estão lá. Dave faz questão de dizer que é só um cara normal, e que para ser um super-herói não é necessário aranhas radiotivas, traumas ou anéis de poder, mas apenas "a combinação perfeita de otimismo e inocência".
          Após encomendar seu traje pela internet, o garoto passa a patrulhar as ruas procurando  fazer justiça sob o codinome "Kick-Ass". Nas primeiras semanas nada acontece, mas depois de se envolver em uma briga de gangues e parar no youtube, o herói torna-se repentinamente o assunto do momento. O que ele não esperava, porém, era acabar envolvido com a máfia local e com outros mascarados.
          A jovem atriz Chloë Moretz que já havia participado do brilhante "500 dias com ela", rouba a cena em Kick-Ass. Tanto que sua Hit-Girl praticamente torna-se a protagonista a partir da segunda metade do filme. Destaca-se a cena, perto do final, entre ela e Nicolas Cage em que toda a violência fica em segundo plano devido a tamanha emoção.
          Cage, aliás, finalmente acerta em seu personagem - uma grande homenagem a Adam West (o Batman da antiga série de TV) - variando na medida certa entre seriedade e comicidade. A história de Big Daddy, contada por meio de uma sequência em quadrinhos, é de encher os olhos de qualquer fã do gênero. Christopher Mintz-Plasse também faz uma excelente performance como Red Mist, parceiro de Kick-Ass, e prova ser mais que o eterno Mclovin de Superbad.
          Apesar do elenco ser claramente um dos responsáveis pela qualidade do longa, outro grande acerto do mesmo é seu diretor: Matthew Vaughn. O inglês dá uma verdadeira aula nas cenas de ação: nada de camêras tremidas; desfruta nos momentos certos da camêra lenta; e sabe criar tensão e expectativa adiando para o  público a aparição de fatores fundamentais à cena. Vale ressaltar que tudo é muito bem conduzido por uma excelente trilha sonora, da qual o diretor participou da escolha.
                            
          Portanto, Kick-Ass chega para ser uns dos melhores filmes do ano, já que são poucos os que acertam do início ao fim de uma produção. As referências à cultura pop são uma diversão a parte e a mensagem do filme é espetacular: Levante e faça algo! No meu caso, foi uma inspiração a criar esse blog. E você... vai fazer o quê?
          Confira alguns cartazes do filme, que já se mostrava promissor desde sua divulgação, satirizando postêrs americanos de alistamento durante a Segunda Guerra. Fantásticos!


2 comentários:

  1. Uau! Adorei a crítica... E, dentro das minhas limitações de leiga, concordo plenamente. Ótimo filme e excelente resenha :)

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