domingo, 14 de abril de 2013

Oblivion

"Vocês são uma equipe eficiente?"


          Em 2010, Joseph Kosinski foi o responsável por trazer de volta à vida o fantástico universo de Tron. E apesar da morna recepção de O Legado, tudo indica que o diretor tomou gosto pelo gênero. Sem as amarras de estar ligado a um universo pré-existente, Kosinski adentra, em definitivo, os delicados campos da ficção científica e entrega, outra vez, um filme visualmente impecável. Mas... e quanto ao conteúdo?

          A trama se passa em um futuro no qual o planeta foi dizimado por ameaças do espaço. Jack e Victoria são dois dos últimos humanos remanescentes na Terra, residentes em uma bela estrutura acima das nuvens. Após concluírem sua missão, a extração de recursos vitais do planeta, ambos se juntarão ao resto da humanidade, realocada em estações espaciais. Contudo, perto do fim de seu dever, o resgate da nave espacial de uma misteriosa mulher pode revelar grandes segredos sobre o atual estado apocalíptico da Terra.
     

          No clássico 2001 - Uma Odisseia no Espaço vê-se a principal influência da obra. Desde o estilo limpo e minimalista do futuro até a relação do protagonista com as máquinas. Mas as referências não param por ai: como não se lembrar da clássica e interminável sequência de Jornada nas Estrelas - O Filme (1979), nos momentos finais; ou de Predador, com o visual dos antagonistas?
          As referências de Kosinski são ótimas e suas intenções também. Oblivion é, claramente, uma declaração de amor à ficção científica. Contudo, isso não o isenta de falhas, tanto no campo técnico como conceitual. Como é possível se esconder dos drones apenas saindo de seu campo de visão? Avançadas máquinas de 2077 não possuem algo simples como um rastreamento por emissão de calor?
          Há de se convir, também, que os 126 minutos do longa parecem, de fato, muito maiores. Um trabalho de edição mais apurado faria bem ao mesmo. Em sua vontade de fazer jus a suas influências, Kosinski tenta conceder ao seu protagonista as grandes reflexões que o mesmo necessita. Contudo, ao mesmo tempo, é preciso dar espaço a romances e extensas cenas de ação. A mistura é heterogênea e prejudica a fluidez do longa, tornando-o arrastado do meio para o fim.
          A mensagem de Oblivion é a de preservação do planeta; de um contato maior com a terra e as coisas simples, que vem se erradicando graças à tecnologia. Apesar de Tom Cruise ter forças para segurar o filme, sua canastrice não ajuda nos momentos mais introspectivos do personagem. O que afasta o espectador dessa mensagem principal. Por outro lado, Andrea Riseborough surpreende com uma boa atuação, em um papel que ganha força com o passar da trama.


           Longe de ser um grande expoente do gênero, deve-se parabenizar Oblivion por ser, no mínimo, esforçado. Kosinski homenageia, de forma competente, grandes clássicos da ficção científica e arrisca-se a fazer um filme verdadeiramente complexo, que exige a total atenção do espectador. O visual é bacana e a obra, apesar das falhas citadas, preocupa-se, de fato, em passar uma mensagem, sem deixar ganchos ou sacrificar a si mesma em nome de uma sequência. Algo realmente raro hoje em dia.


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Um comentário:

  1. Gostei muito da sua visão do filme. Você soube colocar as falhas dele sem diminuí-lo!!

    Parabéns pelo Blog ;)

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